segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Filmes que adoro


Coração de Cavaleiro - A Knight''s Tale
Após seu mestre morrer subitamente, o jovem William (Heath Ledger), um valoroso escudeiro, resolve substituí-lo em uma competição envolvendo combate com lanças. Para tanto ele passa a treinar exaustivamente e consegue convencer Chauncer (Paul Bettany), um escritor, a forjar uma árvore genealógica para si, que faria com que ele tivesse uma família de nobres e não traria dúvidas à sua participação no torneio.

A trilha sonora é muito legal, rock dos anos 80! Aqui vai trilha do filme:
Crazy On You - (Heart)
Eye Conqueror - (Third Eye Blind)
Further On Up The Road - (Eric Clapton)
Get Ready - (Rare Earth)
Golden Years - (David Bowie)
Low Rider - (War)
Takin Care Of Business - (Bachman - Turner Overdrive)
The Boys Are Back In Town - (Thin Lizzy)
We Will Rock You - (Queen)

Mais uma placa




Essa foto é lá no centro da cidade (SP), uma lanchonete que deve mesmo atender você no que pedir... rs

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Foto Placas

Inaugurando uma sessão do blog, aki colocarei fotos de placas comerciais que eu acho muito interessantes, pelo nome, pela criatividade, inovação, ou simplesmente por serem curiosas! Ah, postarei apenas fotos que eu tirei!




Essa eu tirei de uma loja de roupa infantil que fica na Rua Domingos de Moraes, pertinho do largo Ana Rosa!











sábado, 22 de dezembro de 2007

Mon Animal (Elisa Lucinda)

Photo by Cristina Neves


Eu a vejo quase todas as manhãs. Não é exatamente bonita. Aliás ela é de uma feiúra estranha como se carregasse uma boniteza espalhada em si, nos gestos e não nos traços exatamente. Não importa. Importa é que a vejo acompanhada perenemente pelo seu cão.

Um pastor alemão com cara de bom companheiro. E o é. Eu vejo. Olha-a muito, encaixa seu focinho entre os joelhos dela, brinca com ela, gane querendo dengo. Ela também, essa minha vizinha de uns quarenta e vividos anos, brinca de não-solidão com esse cachorro específico; gosta dele, ri: Não Duque, assim não, deixa o moço, Duque, me espere. Não vá na minha frente assim, cuidado com o carro, menino. Ele a olha como quem agradece. E vão os dois, não em vão, pelas ruas de Copacabana sob o sol, felizes que só vendo.
Eu vejo.

Ela é camelô; nos encontramos no elevador e eu:

- Vocês se divertem tanto, é tão bonito.

- É, nos conhecemos na rua. Ele olhou pra mim bem nos meus olhos. Eu estava trabalhando. Vi logo que era um cão bem cuidado fisicamente mas faltava-lhe carinho. Deixei minhas bugigangas (ela vende coisas que querem imitar jóias antigas) por não sei quanto tempo e fiquei agachada na calçada na Avenida Nossa Senhora, só namorando ele. Decidimos que ele viveria comigo.

Naturalmente. Tudo aconteceu "naturalmente", ela frisou, como se quisesse dissipar de mim qualquer sombra de suspeita de um possível roubo. Noutro dia no mesmo elevador, ela com seu carrinho de balangandãs, eu e Duque. O elevador apertado e ela continuou femininamente a conversa do último elevador nosso: - Tenho certeza que ele é de câncer. É muito sensível. Só falta falar. Né Duque? ... ele não é lindo? Eu disse: Lindíssimo. E você que signo é? - Ah, sou capricórnio mas com ascendente em câncer, combina sim. Eu vejo Duque lambendo as mãos dela, as magras mãos cujos dedos ela oferecia de propósito e distraidamente a mordida dele. Eu olho admirando receosa por conta dos afiados dentes dele.

Quase não entendo de cães. Você tem medo... ô não ofenda ele; Duque entende pensamentos e não gostou do que você pensou. Jamais me morderia, jamais me trairia. Né Duque? Senti o pensamento de Duque latindo que jamais a trairia. Achei bonito. Chegamos. Tchau, bom trabalho. Tchau Duque. Fui para a rua pensando longamente nos dois. Depois pensei nos mistérios da astrologia e perdi o fio do meu pensamento.

Ao final da tarde avistei pela janela Duque e Angela indo ver o crepúsculo na praia. Depois vi os dois voltando sorridentes e caninos, sob a noite estrelada; ela com fitas de vídeo penduradas ao braço; sempre conversando com ele. Tenho inveja de Angela.

O animal que eu quero não mora comigo, não almoça mais comigo, não brinca mais, não me telefona, não me advinha os pensamentos, não me acompanha ao crepúsculo, não gane querendo dengo, nossos signos parecem não mais combinar. O animal que quero, pensa demais e por isso não passeia mais comigo. E o pior: Não me lambe mais.


Elisa Lucinda